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Jornalista, por conta de cassação como oficial de Marinha no golpe de 64, sou cria de Vila Isabel, onde vivi até os 23 anos de idade. A vida política partidária começa simultaneamente com a vida jornalística, em 1965. A jornalística, explicitamente. A política, na clandestinidade do PCB. Ex-deputado estadual, me filio ao PT, por onde alcanço mais dois mandatos, já como federal. Com a guinada ideológica imposta ao Partido pelo pragmatismo escolhido como caminho pelo governo Lula, saio e me incorporo aos que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade, onde milito atualmente. Três filh@s - Thalia, Tainah e Leonardo - vivo com minha companheira Rosane desde 1988.

domingo, 10 de setembro de 2017

LAMENTÁVEL OU LÓGICO? -
10/09/17
 Lamentável não é o depoimento de Palocci. Lamentável para mim é o tratamento que a cúpula neoPTista - e alguns que me são caros - estão lhe dando.
Porque tal depoimento apenas corresponde ao comportamento de alguém que, originário da sectária Libelu, se manteve no partido a despeito de ter transformado seu sectarismo, dito de esquerda, em afeto crescente ao "mercado" do crime organizado protegido pela lei. Na linha do que fez Demetrio Magnoli, um dos quadros orgânicos da direita intelectual neste sub-País.
Dizer que Palocci agiu por pressão ideológica é fazer de conta que não o conhece. Quem, por pressão ideológica, age com a frieza do dito cujo em frente a Moro? E responde no bate-pronto à pegadinha medíocre do advogado que tentou pega-lo em contradição com o primeiro depoimento?
Concentrou-se nas denúncias sobre Lula em atos que ouviu dizer mas também em auto-reconhecimento naqueles dos quais participou?
É fato.
E é claro que se não revelou as patranhas das quais foi cúmplice - como as benesses à Rede Esgoto em 2003 - é porque isso guarda para quando fechar o acordo da deflação premiada. Se dissesse tudo agora, quem lhe garantiria benesses no julgamento final? Entregou as unhas para provar que está disposto a entregar os dedos.
ZÉ DIRCEU - Estou entre os que estabelecem tratamento distinto a Dirceu. Enriqueceu, sem dúvida, por conta das consultorias que obteve em função de seu peso na aparelho de Poder. Mas tenho certeza que se mantém ideologicamente no campo da esquerda. E o digo com a legitimidade de quem contra ele e Lula disputou duas vezes a presidência do PT, com resultados modestamente bem expressivos.
Batíamos de frente quanto ao caráter das alianças políticas que deveríamos fazer quando da chegada ao Planalto. Eu, mantendo a coerência de um programa anticapitalista, democrático-popular em sua fase inicial, e ele com a visão de que havia que estende-las ao centro da política tradicional, dentro da ordem.
Mas eram visões táticas distintas, dentro de um mesmo objetivo estratégico; a construção de um outro regime.
Não é o caso de Palocci que, desde a sua prefeitura em Ribeirão Preto, mesmo antes do advento neoliberal do mandriando FHC portanto, já flertava com o grande capital, na privatização de serviços públicos. Não é o caso de Palocci que, substituindo Celso Daniel na coordenação da primeira campanha vitoriosa de Lula, reverteu o sentido de controle severo do sistema financeiro privado então proposto por uma leniência sem peias, que se consolidou na Carta aos Brasileiros e nas primeiras medidas tomadas na parceria criminosa com Meirelles, já então como ministro.
Diante disso, sugiro um pouco mais de moderação nos lamentos pela "pressão psicológica" a que teria sido submetido Palocci para chegar à traição de Lula, seu amigo dileto mais do que simples parceiro político.
Pressão psicológica vem sofrendo continuamente o povo trabalhador, pelo abandono programático, do que havia sidoprevisto no último Congresso do saudoso PT antes da chegada de Lula ao Planalto. Congresso onde se prometia a desconstrução do modelo neoliberal tucano no primeiro parágrafo da Resolução vencedora. E não a continuidade, potencializada, do que antes era estabelecido pelos economistas da PUC.
O resto é o resto, consequente de uma visão de poder pelo poder sem incomodar os verdadeiros donos do Poder.
Luta que Segue!!

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